Encontramos dia após dia especulações midiáticas a respeito do discurso de subimperialismo brasileiro. Publicações, como as realizadas pela BBC.co.uk e pela Carta Capital provocam uma onda de questionamentos sobre o papel positivo desenvolvido até o momento na construção da integração latino-americana.
Perguntamos se não interessa ao capital financeiro e aos governos dos países centrais, sobretudo dos EUA, torpedear, o tempo todo, as ações e os projetos que visam realizar uma integração pela via da cooperação, a exemplo das; Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América, a União das Nações Sul-Americanas e a Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos.
As politicas brasileiras em relação aos demais países da América Latina, Caribe e África têm sido de profunda cooperação e de articulação para uma contribuição efetiva ao desenvolvimento das forças produtivas daqueles países para que possam fortalecer o Estado através de politicas que os façam sair da situação de dependência.
Através de LA ACUMULACIÓN CAPITALISTA MUNDIAL Y EL SUBIMPERIALISMO de Ruy Mauro Marini, podemos perceber que existe uma grande diferença entre a integração pelo mercado e a integração por uma política de estado. As empresas instaladas no Brasil que vêm se expandindo pela América Latina e África são formadas por grandes monopólios estrangeiros que estão sediados em seu território e sua dinâmica invasiva contraria quase sempre as políticas de cooperação dos estados.
Para considerar-se um país como subimperialista, não basta que sua economia busque no exterior solução para seus problemas de mercado, ou que sirva de correia de transmissão entre o capital financeiro dos países centrais a outras economias periféricas.
De acordo com o consultor, Prof. Dr. Nilson Araujo de Souza, é imprescindível que o país haja constituído um capital financeiro próprio que, além de dependente do capital financeiro central, goze de um relativo grau de autonomia para explorar as economias de outros países. É preciso também que sua exportação de capitais tenha passado a preponderar sobre a exportação de mercadorias. E, para completar, é preciso que seu Estado tenha sido capturado de tal forma pelo capital financeiro que passe a defender seus interesses fora do país - sendo necessário, para cumprir esse papel, a constituição de um “estado militarista de tipo prussiano”
Como bem assinala Marini: O subimperialismo corresponde à expressão perversa da diferenciação sofrida pela economia mundial, como resultado da internacionalização da acumulação capitalista, que contrapôs ao esquema simples da divisão do trabalho – cristalizado na relação centro-periferia (...) a relação existente entre meios de produção e força de trabalho, da lugar a subcentros econômicos (e políticos), dotados de relativa autonomia, embora permaneçam subordinados a dinâmica global imposta pelos grandes centros.
A pergunta que deve ser realizada é; A QUEM INTERESSA O DISCURSO DE SUBIMPERIALISMO BRASILEIRO?